quinta-feira, 29 de abril de 2010

Aeroporto do Recife terá scanner corporal

RIO – A Polícia Federal informou ontem que instalará em quatro aeroportos internacionais do Brasil aparelhos de raios X capazes de fazer uma varredura no corpo de cada passageiro. Os body scanners serão instalados a partir de maio no Recife, Rio, São Paulo e Manaus (AM).
De fabricação alemã, os aparelhos são usados para oferecer segurança contra ações terroristas. O body scanner é capaz de detectar até dispositivos explosivos eventualmente escondidos em cavidades, nas partes íntimas ou amarrados ao corpo. “É um equipamento com uma energia muito baixa que pode passar além de camisas e calças”, disse o subcoordenador do Laboratório de Ciências Radiológicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Antônio Peregrino.

A previsão é que a Polícia Federal, além da instalação, forneça treinamento para profissionais especializados. Os aeroportos internacionais Tom Jobim (Galeão), no Rio, Guarulhos, em São Paulo, Manaus e Recife serão os primeiros a receber o equipamento.

De acordo com a PF, ao refletir o corpo humano e eventuais armas escondidas, as ondas milimétricas do body scanner podem tornar transparentes camadas leves de roupas. Um receptor coleta os sinais refletidos e os direciona a um computador, responsável por processar os dados e gerar uma imagem tridimensional dos indivíduos escaneados.

Os especialistas afirmam ainda que esse equipamento pode fornecer imagens nítidas principalmente de objetos de metal, como armas. O aparelho, no entanto, não detecta alguns materiais químicos ou de plástico ingeridos por passageiros como drogas e explosivos pequenos.

O valor do body scanner não foi divulgado pela PF, mas no mercado é avaliado em mais de mais de R$ 1 milhão. Em relação aos possíveis efeitos nocivos à saúde, ainda não estabelecidos, o equipamento não gera polêmica. Porém, alguns profissionais não descartam a hipótese de dano ao corpo humano.

“Quando você fala sobre radiação ionizante, as pessoas leigas lembram logo de grandes acidentes e ficam preocupadas se vão ter câncer. Claro que se eu falar que não existe nenhuma possibilidade, eu estou mentindo. Existe uma possibilidade muito pequena em relação a um possível dano”, afirmou o especialista da UERJ.

Entretanto, Peregrino destaca que os efeitos são os mesmos da exposição ao sol. “Se você for à praia durante uma semana pode desenvolver um câncer. Existe uma probabilidade, mas na literatura científica atual não há como fazer uma relação causa e efeito para baixas doses de radiação, que é o caso do body scanner”, afirmou.

Deputados aprovam pedido de empréstimo de 77 milhões de reais

A sessão foi presidida pelo deputado Robinson Faria

A aprovação da mensagem do governo do Estado, pedindo autorização para contrair empréstimo junto à Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 77 milhões, para obras de mobilidade urbana em Natal, visando a Copa do Mundo de 2014, foi uma prova de que o Legislativo não estava postergando a votação.


Com as explicações apresentadas ontem pelo secretário extraordinário da Copa 2014, Fernando Fernandes, que mostrou o detalhamento das obras, os líderes de bancada concordaram em dispensar a tramitação da matéria.

O líder do DEM, deputado Getúlio Rêgo que vinha sendo o mais exigente no tocante aos esclarecimentos, disse que o governo planeja mal e não entende que é preciso a discussão dos projetos. “Em um ano faltou competência do governo em elaborar os projetos. A equipe de planejamento do governo é fraca”, disse.

José Dias, líder do PMDB, outro que não concordava em votar a matéria sem conhecimento dos projetos para aplicação dos recursos, concordou na dispensa da tramitação depois que participou da reunião com o secretário da Copa, o presidente do Legislativo Robinson Faria e o deputado Fernando Mineiro, do PT. No entanto, na votação ele foi o único que se absteve de votar. Todos os demais que se encontravam em plenário aprovaram o pedido de empréstimo.

Terminada a votação quatro deputados fizeram pronunciamentos sobre assuntos diversos. Fernando Mineiro falou sobre a desertificação no Estado, lembrando que nesta quarta feira é o dia da caatinga. Lavoisier Maia – PSB falou sobre os benefícios da energia eólica. Gesane Marinho – PMN solicitou do governo do Estado que atualize o portal da transparência para que o Rio Grande do Norte não seja prejudicado em operações de crédito e no recebimento de repasses de recursos federais. Antônio Jácome – PMN destacou a audiência pública sobre o Crack a ser realizada no dia 31 de maio e sobre o projeto que cria o programa de controle da hepatite C no Rio Grande do Norte. Por último ele falou sobre a situação da Educação no Estado.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ubuntu 10.10 para netbooks terá interface mais otimizada para telas pequenas

Mark Shuttleworth divulgou em seu blog detalhes de idéias que poderão ser aplicadas no Ubuntu 10.10 Netbook Edition, otimizando o uso do espaço na tela. A maioria dos netbooks têm telas pequenas, widescreen porém "baixas", de forma que os sites e conteúdos dos programas se enquadram bem horizontalmente - mas o usuário precisa usar muita rolagem vertical. Uma resolução comum é 1024x600. Barras de título, tarefas, status, menus e outras coisas consomem um espaço considerável, por mais que não sejam tão importantes durante o uso para leitura ou atividade centralizada na área principal do aplicativo.

A idéia básica é mesclar o menu principal do aplicativo na barra do topo, o que é bastante conhecido por usuários do Mac OS. Isso já pode ser feito com o gnome-globalmenu, só que pretendem usar o D-Bus para gerenciar e renderizar o menu, liberando um pouco do trabalho de aplicativos adicionais para isso.

Pelo visto será somente na versão para netbooks, pensando em aproveitar melhor o pequeno espaço na tela. Pelo menos por enquanto o Ubuntu não adotará esse padrão na versão desktop (para quem achou que seria uma cópia da interface do Mac), já que em geral nos desktops há espaço de sobra na tela.

Eles estão elaborando rascunhos também de um esquema para tirar a barra de título, mesclando-a com os menus e controles da janela num único painel. Quanto a isso há mais incertezas, mas a idéia está sendo estudada. O menu poderia ficar, quem sabe, oculto - sendo necessário mover o mouse para cima ou teclar Alt para que ele aparecesse.

As interfaces de sistemas para netbooks realmente precisam ser reconsideradas. Não basta adaptar por cima um sistema para uso comum em telas "normais" ou "grandes" (de 15" para cima) numa telinha, já que a satisfação e experiência dos usuários fica bastante comprometida. Quem sabe outros sistemas e interfaces também pensem nessas questões.

Presidente da AL recebe visita do novo Comandante da 7ª Brigada

A passagem de comando da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada foi motivo de visita à Assembleia Legislativa. Na manhã desta quarta-feira (28), o general Paulo Sérgio de Carvalho, atual comandante da 7ª Brigada, e o general Fernando Duarte de Melo, que assumirá a Brigada na sexta-feira (30), visitaram o presidente da Assembleia, deputado Robinson Faria.

O atual comandante agradeceu o apoio da AL durante o tempo que ele passou no comando da Brigada. Ao mesmo tempo, a visita foi uma oportunidade de apresentar o novo comandante ao presidente da Assembleia. Robinson Faria colocou a Assembleia Legislativa a disposição do novo comandante para qualquer eventualidade.

A 7ª Brigada de Infantaria Motorizada é uma das Brigadas Militares do Brasil. Sua sede é em Natal, mas sua área de influência compreende todo o estado do Rio Grande do Norte e o da Paraíba. O general Paulo Sérgio de Carvalho comandou a Brigada por um ano e oito meses. Nesta sexta-feira, ele passa o comando ao general Fernando Melo para um mandato de dois anos.

A passagem do comando será realizada nesta sexta-feira, às 10h, no 16º Batalhão de Infantaria Motorizada, localizado na avenida Hermes da Fonseca- Tirol.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Secretário entrega detalhamento do empréstimo à Assembléia

No final da tarde desta terça-feira (27), o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Robinson Faria, recebeu a visita do Secretário extraordinário da Copa, Fernando Fernandes, acompanhado do sub-secretário de infra-estrutura do estado, Carlos Alexandre Duarte e a arquiteta da secretaria, Laíse Toscano. Também participaram da reunião, os deputados Fernando Mineiro, José Dias, Raimundo Fernandes, Paulo Davim, Ricardo Mota e Poti Júnior.

Segundo o secretário, o objetivo do encontro foi mostrar o detalhamento do pedido de crédito a ser autorizado pela AL, para que o Governo do estado possa contrair um empréstimo de mais de R$77 milhões, destinados às obras de mobilidade urbana para a Copa de 2014.

“Agradeço pela oportunidade de explicar aos senhores o detalhamento do pedido de financiamento. Encaminhamos a matéria com a solicitação, mas aconteceu algum erro burocrático no encaminhamento. O empréstimo será destinado a cinco obras: ligação do novo aeroporto de Saõ Gonçalo a BR-406; ligação da Av. Prudente de Moraes com a BR-101 e três intervenções na Av. Engenheiro Roberto Freire”, disse o secretário.

Fernando Fernandes afirmou ainda que o prazo dado pela Caixa Econômica para que RN apresente toda a documentação necessária para contrair o empréstimo se encerra nesta sexta-feira. “Dia 30 foi a data estipulada pela Caixa para que o estado apresente os projetos, processo licitatório, plantas, relatório de capacidade de endividamento e a autorização da Assembleia. Diante da receptividade do presidente da AL, tenho certeza de que vamos conseguir a sensibilidade dos membros desta Casa e conseguir a aprovação a tempo”, afirmou.

O deputado Robinson Faria disse que desde o começo os deputados solicitaram o detalhamento da aplicação do empréstimo. “Somente hoje estamos tomando conhecimento do teor da matéria. Depois de ouvir a explicação do secretário me sinto seguro para aprovar”, ressaltou o presidente da AL.

Robinson Faria disse também que o projeto pode ser apreciado nesta quarta-feira (28) se houver um consenso de todos os líderes.

domingo, 25 de abril de 2010

Iniciativa de organizações civis e subprefeitura da Lapa inaugura Espaço da Cultura de Consumo Responsável


No dia 28 de abril, será inaugurado o Espaço da Cultura de Consumo Responsável, no Tendal da Lapa, fruto da parceira com o Instituto Kairós; Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Universidade de São Paulo (USP); Projeto Nacional de Comercialização Solidária (Instituto Marista de Solidariedade e SENAES-MTE); apoio do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Vitae Civilis, entre outras, e realização da Rede Semeando - Comercialização Justa Solidária,Tendal da Lapa e Subprefeitura da Lapa.
O objetivo do espaço é favorecer a educação para o consumo responsável, por meio de oficinas semanais, além de criar a oportunidade para o movimento agroecológico e da economia solidária, abrindo o espaço para pequenos produtores de produtos orgânicos e empreendimentos da economia solidária, que tem a sua produção pautada pelo comércio justo e sustentabilidade socioambiental.

A cada semana, todas às quartas-feiras, (a partir de 28/04, das 8h às 13h), temas relacionados ao consumo responsável serão abordados, por diversas organizações, em oficinas sobre: segurança alimentar e nutricional, trocas solidárias, educomunicação, entre outros. O Idec, Instituto Kairós e Vitae Civilis irão atuar na discussão que orienta a campanha Mude o Consumo para Não Mudar o Clima (www.climaeconsumo.org.br).

Para Adriana Charoux, pesquisadora do Idec, a importância do espaço se justifica pela escassez de incentivos aos produtores familiares e para a conscientização sobre a saúde da população e do Planeta. “Não basta tornar a produção “verde”, é preciso repensar o modo de produção e consumo, para que ele viabilize a permanência da população no campo, garanta a proteção da biodiversidade, a fertilidade da terra, e aproxime mais a produção do consumidor”.

Abrindo as atividades do espaço, será realizado no mesmo dia (28 de abril), das 8h às 13h, o seminário "Desafios e Oportunidades do acesso a sementes crioulas e orgânicas", promovido pela Rede Semeando - Comercialização Justa e Solidária, Tendal da Lapa/Subprefeitura da Lapa, com apoio do CPORG-SP (Comissão da Produção Orgânica de São Paulo), Instituto Kairós e Instituto Marista de Solidariedade (IMS).

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Robinson visita sede do ILP

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Robinson Faria, visitou a sede do Instituto do Legislativo Potiguar (ILP) nesta quinta-feira (22). Esta foi a primeira visita do deputado ao novo prédio da escola legislativa, que passou a funcionar na Rua Açu, em Petrópolis.

Acompanhado do diretor executivo da escola, Mizael Barreto, Robinson visitou todas as salas de aula do Instituto, além do moderno laboratório de informática da escola. O deputado cumprimentou os alunos e professores dos cursos de inglês e os da pós-graduação em administração legislativa.

No período da tarde, Robinson Faria aproveitou a oportunidade para conferir de perto as aulas do cursinho preparatório para o vestibular. “Fiz questão de incluir este cursinho na pauta de cursos do ILP. Me sinto muito feliz em ver os alunos tendo oportunidade de estudar para alcançarem seus objetivos. Espero estar dando uma grande contribuição para o futuro destes jovens”, destacou.

Na ocasião, a deputada mirim Fernanda de Oliveira, que é aluna do cursinho pré-vestibular, agradeceu ao presidente da AL pelo incentivo aos jovens. “Em nome da turma agradeço a oportunidade que o senhor está dando a todos nós. Não só para os servidores, mas para os jovens. Tenho certeza que está sendo uma grande marca na sua gestão. Obrigada”, completou.

Durante a visita, houve o descerramento da placa inaugural do prédio. Em seguida, o parlamentar falou sobre a importância do ILP na formação dos servidores da Assembleia. “O trabalho realizado pelo ILP é um trabalho de cidadania. É muito importante dar oportunidade de educação aos servidores da AL. O ILP prepara os servidores para que a sociedade possa cobrar uma maior qualificação deles. O funcionamento do ILP é a realização de um antigo sonho”, disse Robinson.

Ter oportunidade de se qualificar sem ter que pagar por isso é fundamental para os funcionários da Casa. O advogado Herlan Santiago, que trabalha na assessoria jurídica da AL, é aluno da pós-graduação em administração legislativa e aprova o curso: “As aulas da pós-graduação são excelentes. E nós ainda temos uma vantagem: não pagamos pelo curso. Em outras escolas legislativas, os servidores pagam mensalidades. Aqui, todos os cursos são de graça”.

Em 2009, quando a escola ainda funcionava no prédio da Assembléia, cerca de 600 alunos concluíram os cursos e receberam diplomas do ILP. A expectativa é elevar consideravelmente o número de alunos formados já no primeiro semestre de 2010. Atualmente, o ILP tem 285 alunos matriculados em 11 cursos Além da pós-graduação e das aulas de inglês, o Instituto oferece cursos de Informática, português instrumental e curso preparatório para vestibular. Em maio, serão iniciados mais sete cursos e serão realizados dois seminários: um sobre direito eleitoral e outro sobre gestão ambiental.

Além dos funcionários da Casa, podem participar dos cursos os dependentes dos funcionários e alunos de escolas conveniadas, que são as escolas das câmaras municipais de Natal e Parnamirim e a do Tribunal de Contas do Estado. Quem preencher esses pré-requisitos, pode fazer sua inscrição nos cursos. Para isso, basta levar à sede do ILP os documentos pessoais e um documento assinado pelo chefe do setor em que o interessado trabalha.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

MST propõe aliança com a cidade por uma agricultura sustentável

Há cerca de 30 anos, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) começou a se organizar nacionalmente com um propósito: promover a reforma agrária no Brasil. Os anos passaram, o movimento se consolidou, milhares de militantes foram assentados, e o foco de atenção do MST se ampliou.
Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, João Pedro Stédile, um dos líderes nacionais do movimento, afirmou que é hora de os sem-terra lutarem por uma agricultura mais fraterna e sustentável.

Segundo ele, os militantes devem agora buscar diferentes alianças, principalmente com a população da cidade, para alcançar dois novos objetivos: a redução do uso de agrotóxicos nas lavouras e o fim do domínio de empresas multinacionais sobre a agricultura nacional. O MST percebeu que não basta você ser contra o latifúndio e a favor da distribuição de terra. Você tem que lutar também pela mudança do modelo agrícola.

Stédile disse que, atualmente, três ou quatro empresas de atuação global dominam o mercado nacional de sementes, insumos e fertilizantes. Isso subordinou a agricultura brasileira. Elas controlam o mercado mundial, controlam os preço e impõem o que querem à nossa agricultura.

Ele disse também que poucas companhias incentivam os produtores rurais brasileiros a ser os que mais consomem agrotóxicos no mundo. São 720 milhões de litros por ano. É impossível que isso tenha futuro. Os venenos destroem a fertilidade do solo, contaminam a água, ou então ficam nos alimentos que vão para o nosso estômago.

Acompanhe abaixo os principais trechos da entrevista com Stédile.

Agência Brasil: O MST espera conseguir o apoio de outros setores da sociedade com essa nova política de atuação contra os agrotóxicos e multinacionais?
João Pedro Stédile: Nós temos certeza de que a imensa maioria da sociedade brasileira também defende este programa. Já, agora, em movimentos pontuais, nós atuamos com o Greenpeace, com o movimento ambientalista e com os setores de defesa do consumidor. O próprio Idec [Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor] tem nos apoiado na questão dos agrotóxicos.

ABr: Essa nova política pode ajudar a mudar a imagem negativa do MST com alguns segmentos?
Stédile: A ampla maioria da sociedade brasileira nos apoia. Se o MST não tivesse apoio já teria sido destruído. Agora, queremos dar um passo a mais. Temos que nos aliar ao povo da cidade. Veja a situação dos agrotóxicos: quem come os produtos cheios de venenos? O povo pobre da cidade. Então, quando nós vamos resolver isso? Quando as massas da cidade tomarem consciência desse problema e resolverem se mobilizar.

ABr: A mudança de foco de atenção significa a redução das ocupações de terra?
Stédile: A ocupação faz parte da história da humanidade. Sempre que um território é apropriado apenas por uns poucos e nesse mesmo território convivem milhares de pessoas sem acesso à terra, é evidente que haverá ocupação. A política do MST é de organizar os pobres para que lutem por seus direitos. Em alguns lugares, serão passeatas. Em outros, ocupações.

ABr: Essa nova política é consenso no MST? Não seria uma proposta de parte do movimento que já foi assentada e, por isso, não milita mais pela terra?
Stédile: Consenso é a pior palavra. O consenso é burro. Em qualquer movimento social, há opiniões diferentes. Mas essa política que eu expressei aqui é da ampla maioria. Evidentemente, por causa da natureza da nossa luta, em cada região há um grupo que prioriza um aspecto. Se um sujeito está acampado, ele tem que lutar para conquistar terra o quanto antes. Se ele já está assentado há vinte anos e está enfrentando o problema do agrotóxico, é claro que o agrotóxico é o centro da luta dele.

ABr: O MST pretende apresentar essas propostas aos candidatos à Presidência?
Stédile: Nós estamos pensando em apresentar essas propostas para todos os candidatos, não só a presidente como a governos estaduais. Daqui até maio, eu acredito que esse processo de discussão das sugestões já vai estar concluído e, quando começar a campanha, vamos contribuir.

ABr: Já existem sugestões?
Stédile: Sim. Nós achamos que temos de transformar a Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] numa grande empresa estatal. Ela deve garantir a compra de produtos dos camponeses e abastecer mercados populares com produtos de qualidade. Nós também temos que controlar o ingresso de multinacionais no Brasil. Estes dias eu li no jornal que uma empresa chinesa quer comprar 100 mil hectares de terra aqui. Isso é um absurdo. Não pode acontecer.
Redator: Martina Cavalcanti

domingo, 11 de abril de 2010

Agricultura Familiar nas Escolas


Foi realizada na semana do dia 14 de abril o Seminário Metropolitano sobre Aquisição de Gêneros Alimentícios da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar. A realização da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF/MDA) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) reuniu em São Paulo, agricultores do Estado que mostraram experiências bem sucedidas de comercialização para a Alimentação Escolar.
O seminário de São Paulo é o terceiro promovido pela SAF/MDA e FNDE para discutir nas principais regiões metropolitanas do País a construção de uma estratégia de operacionalização da Lei nº 11.947. A iniciativa visa, ainda, organizar a oferta de produtos da agricultura familiar, apresentar as formas de aquisição dos gêneros alimentícios e promover o diálogo entre as organizações da agricultura familiar e os gestores do PNAE.

A Lei da Alimentação Escolar determina a utilização de, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a alimentação escolar na aquisição de produtos deste setor produtivo.

O diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor da SAF/MDA, Arnoldo de Campos, informou que os 30% do orçamento do PNAE para 2010 para a região metropolitana de São Paulo chegam a mais de R$ 60 milhões.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Inovação com arte e ciência


Do desejo de integrar soluções tecnológicas às qualidades artísticas de seus projetos de construção civil, o arquiteto e urbanista Jaques Suchodolski traz para o Brasil o primeiro empreendimento imobiliário com aproveitamento de energia eólica.

O projeto residencial Neo se destaca pelo uso inovador de duas turbinas Helix Wind, colocadas no topo das duas torres do empreendimento, utilizadas para o aquecimento da água do condomínio - um conceito de sustentabilidade batizado de Next Generation e que prevê novos empreendimentos dentro desta proposta.

Incorporado pela Asas Incorporações e Habitat Ltda e executado pela Seleta Engenharia Ltda, com a conclusão das obras prevista para o verão de 2012, o Neo será construído no bairro Novo Campeche em Florianópolis (SC), cidade onde Jaques reside há cerca de dois anos, depois de uma bem-sucedida carreira de mais de três décadas em São Paulo e nos Estados Unidos.

Dedicado a exercer o papel da arquitetura como ferramenta para uma melhor qualidade de vida, Jaques pretende contribuir de forma decisiva na cultura construtiva da ilha de Santa Catarina, da mesma forma em que participou de projetos transformadores em outras partes do mundo, como a reurbanização das marginais dos rios da capital paulista e a revitalização urbana da região do Harlem em Nova York, no início da década de 80.

Com educação formal na faculdade de arquitetura da USP (FAU), Jaques considera fundamentais as experiências na área artística vividas na juventude, como escolas de arte, pintura e cursos de teatro amador: “O bom arquiteto precisa de uma boa bagagem cultural para saber observar e apreciar os espaços, algo que não se aprende na universidade”, acredita.

Com passagens pelos escritórios de Paulo Mendes da Rocha e Joaquim Guedes, coordenação de desenho urbano para o PICCED-Pratt Institute de Nova York e a autoria de projetos que montam mais de 2.000 unidades residenciais, Jaques encontrou na tecnologia norte-americana das turbinas de vento com eixo vertical, a solução ideal para incorporar uma inovação altamente funcional e de agradável apelo estético a um empreendimento de alto padrão.

Com suas dimensões reduzidas– 1,20m de diâmetro e 6,00m de altura - e formas esculturais, cada turbina do Neo será capaz de gerar cerca de 5 kilowatts, de maneira silenciosa e segura, numa configuração ideal para a instalação em casas e edifícios.

Situado em uma área geográfica central – entre as praias de mar aberto da Joaquina e do Campeche no leste da ilha de Santa Catarina -, o Neo estará situado em um bairro planejado, cercado por áreas de preservação ambiental, que atrai um público de alto poder aquisitivo e sensível à questão do desenvolvimento sustentável.

Mas se a beleza natural do local e o perfil do público, por si só, seriam o bastante para garantir a viabilidade do empreendimento, Jaques quis ir além na busca da sustentabilidade. Apoiado em uma abordagem científica, passou os últimos dois anos pesquisando equipamentos e realizando testes com um anemômetro para analisar o comportamento do vento, até se decidir pela realização deste seu primeiro e ambicioso projeto em Florianópolis.

Daí pra frente, ele se dedicou ao instigante processo de exercitar sua arte no desenho dos espaços internos e externos dos 24 apartamentos do Neo, levando em conta tudo aquilo que gostaria de ter em sua própria residência em termos de conforto térmico e acústico, espaço e sofisticação.

Elementos que potencializam o sucesso de um projeto que tem no uso racional dos recursos naturais o seu atrativo substancial – na combinação inédita de energia eólica combinado com sistema de captação solar e tratamento de efluentes para o reaproveitamento da água consumida: “O condomínio não irá utilizar nenhum combustível fóssil e o custo de aquecimento da água será próximo de zero”, ressalta ele.

www.conceitonext.com.br