segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Governo estuda lançamento de selo Brasil




“A Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas foi muito importante para o governo e a sociedade brasileira avançarem. Ajudou a mostrar que mudanças climáticas são grande oportunidade de desenvolvimento e de novos negócios. Essa visão é muito mais aceita hoje dentro do governo. Ainda não é maioria, mas tende a ser”, diz a diretora da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Branca Americano.

A afirmação da secretária foi feita durante evento organizado pelo Instituto Ethos para avaliar os avanços obtidos a partir do documento assinado por representantes de 22 empresas e entregue ao governo federal em agosto do ano passado. As companhias signatárias, entre elas Alcoa, Camargo Corrêa, Pão de Açúcar, fazem parte do Fórum Clima - Ação Empresarial sobre Mudanças Climáticas.

Durante o encontro, a secretária colocou a possibilidade de o País criar um selo Brasil para diferenciar os produtos nacionais nos mercados internacionais e indicar que são produzidos a partir de tecnologias mais limpas, menos emissoras, por exemplo, de gases de efeito estufa.

Sobre a organização do encontro Rio+20, em 2012, Branca afirmou que o País não está tendo o apoio internacional esperado para o evento. “Alguns olham para o encontro e esperam que seja para a realização de um balanço. Nós queremos que o resultado sinalize para o futuro, para a construção de uma economia mais verde”, disse.

De acordo com o a secretária, o Brasil avançou na questão das políticas relativas à mudança climática graças ao posicionamento do setor produtivo. Ao falar sobre o Fundo Clima, informou que estão previstos recursos da ordem de R$ 200 milhões para o fomento de uma economia verde. Pediu ao setor produtivo que participe das discussões que visam identificar os setores em que os recursos devem ser investidos prioritariamente.

Sobre a Conferência do Clima da ONU, na cidade de Cancún, no México, que começa no dia 29, Branca disse não esperar um acordo vinculante (em que os países se comprometem a cumprir metas fixadas). “Creio que teremos acordos graduais, intermediários que resultem na adoção do Redd plus e avanços nas áreas de adaptação e de financiamento. Teremos mais dificuldades nas áreas de mitigação.”

Os representantes das empresas presentes ao encontro ressaltaram a importância da fixação pelo governo de marcos regulatórios. “Nós queremos regras que todos possam seguir”, disse o dirigente da CPFL, Augusto Rodrigues. O representante da Odebrecht, Sérgio Leão, ressaltou a importância da criação de um selo Brasil para as empresas que produzem no País e o façam de maneira sustentável e afirmou que a sustentabilidade veio para ficar, “está na agenda das empresas”. Para Paulo Pompilio, do Pão de Açúcar, é preciso entender que suntentabilidade significa mudança no modelo de negócios.

Na Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas, as 22 empresas que assinam o documento entregue ao governo federal em agosto do ano passado reconhecem que as mudanças climáticas constituem um dos maiores desafios de nosso tempo, que um aumento da temperatura no Brasil trará graves reflexos sobre a produção agrícola, as florestas, as zonas costeiras promovendo um retrocesso no combate à pobreza.

No documento, as empresas assumem os compromissos de publicar anualmente seus inventários anuais de emissões de gases de efeito estufa, incluir na estratégia de investimentos das empresas opções que reduzam as emissões desses gases, atuar na cadeia de suprimentos para que também reduza suas emissões, entre outros.

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